sábado, 7 de março de 2015

CARTA À RENAN

Renan saudando carinhosamente
os brasileiros
Exmo. Senador Renan Calheiros
Presidente do Senado Federal

Prezado Senador,

Tomo a liberdade de enviar esta carta para o senhor abordando um assunto que transcende a minha compreensão, que acho que V. Exa, que conta com grande vivência política, poderá me explicar.

O assunto em pauta não se refere ao fato de que quando o senhor era deputado estadual em Alagoas chamava o prefeito Fernando Collor de "príncipe herdeiro da corrupção", mas depois se aliou ao príncipe, que se transformou em presidente da república com o seu apoio. Isto acontece.

Tão pouco que quando foi líder do governo Collor no Congresso Nacional, apoiou e divulgou o pacote econômico, entre as quais se destacava o confisco do dinheiro depositado em cadernetas de poupança.
Vou passar batido pelo Ranangate que aconteceu em 2007, lembra-se dele? Era um conjunto de denúncias de corrupção contra o senhor, línguas maledicentes diziam que a empreiteira Mendes Júnior pagava 12 mil reais por mês à jornalista Mônica Veloso, sua amante com quem o teve um filho e que também que bancava o aluguel de um flat e um apartamento em área nobre de Brasília, colocando-os a sua disposição; que teria comprada rádios em Alagoas, em sociedade com João Lyra, em nome de laranjas; que ganhou um dinheirão fazendo  tráfico de influência para a empresa Schincariol, que usou de notas fiscais frias em nome de empresas fantasmas para comprovar a venda de cabeças de gado e justificar seus rendimentos, mas contestadas pelo invejoso procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que disse que eram falsas.

Liga não, tudo isto não passa de inveja e fofoca de pessoas que não conseguem aceitar que um cidadão probo e nordestino possa ascender aos píncaros da glória política.

Tem outro assunto que também não quero mexer, pois sei que fica muito magoado quando lembra as seis representações no Conselho de Ética do Senado apresentadas em 2007 contra o senhor por seus pares pedindo a sua cassação, o que o fez renunciar a presidência do senado, mas não ao mandato, mas a justiça foi feita e foi absolvido de todas as acusações (quebra de decoro parlamentar, ter despesas pagas por lobistas de empreiteiras e de ter praticado tráfico de influências).

Aproveito para hipotecar minha solidariedade pelas mentiras assacadas pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa que afirmou que V. Exa. recebia um percentual de contratos da Transpetro, comandada por dez anos por Sérgio Machado, um indicado pessoal seu. Só pode ser despeito desse delator, afinal todo mundo sabe que é super normal um político indicar uma pessoa do seu relacionamento para comandar um estatal que investe bilhões de reais por ano, e o senhor só fez isto, tenho certeza, para ajudar o país se desenvolver. 

E, por último, que usou avião da FAB em viagem entre Brasília e Recife para se submeter à cirurgia de implante capilar na capital pernambucana, o que é verdade, mas o que a maioria não entende que isto é importante para o país, pois o senhor o representa quando recebe no senado chefes de estado e outras altas autoridades, e a pior coisa que pode acontecer para a imagem do Brasil é ter um representante careca e mal vestido.  Hoje vendo a  vasta e vistosa cabeleireira implantada, tenho certeza que o país fica orgulhoso de ter um presidente do senado tão guapo. 

A razão de estar escrevendo esta carta é que gostaria de saber o por que da sua revolta e indignação quando soube que o Procurador-geral da República Rodrigo Janot encaminhou os processos da Lava Jato para o Supremo sem antes consultar V.Exa. Me falaram que ameaçou atrapalhar o processo de recondução dele ao cargo, previsto para outubro.

Mas agora, escrevendo estas linhas, entendo o motivo da sua ira e digo, conte com o meu apoio, o senhor tem razão, isto é um absurdo o que ele fez, afinal se fosse outro mortal, como eu, certamente iria me ouvir primeiro, saber o que acho e se concordava com a decisão tomada, mas só porque o senhor é um simples presidente do senado, resolveu esnobar e agir de forma arbitrária. Mas em outubro vá à forra, não tenha pena, complique a vida dele para se reeleger ao cargo de Procurador geral, as favas se ele tem competência, experiência e saber jurídico, o que importa é se o Procurador é brother, e ele mostrou que não é. Ferro no Janot.

Aproveito a oportunidade para desejar muita saúde e paz para o senhor e sua patroa e votos de sucesso na gestão do seu filho Renanzinho afrente do governo de Alagoas, estado que é uma espécie de Íbis, o pior time do país, pois há mais de dez anos ocupa a lanterninha no IDH nacional, mas que agora, com o apoio de dois Renans vai melhorar, tenho certeza.

Forte abraço, 

Obs. 1- Vinte cinco anos depois do Governo Collor, o senhor, o deputado Eduardo Cunha e o Senador Collor ficam juntos de novo, desta vez no inquérito policial do Petrolão. Coincidência ou ironia do destino?
Obs. 2- Se por acaso renunciar a presidência do senado, a semelhança do que fez em 2007, o que recomendo, faça campanha para o Senador Cristóvão Buarque ser eleito no seu lugar. Sua biografia irá melhorar um pouquinho se fizer isto.

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