sábado, 24 de janeiro de 2015

O Semita Jesus e o Antissemetismo

Será que eles sabem que Jesus era judeu e semita?
Na esteira da crise econômica que tomou conta da Europa e Leste Europeu e do conflito de Israel com os palestinos o mundo assiste o recrudescimento do antissemitismo ou anti sionismo, termo utilizado pelos movimentos de esquerda para destilar de forma “politicamente correta” o seu anti judaísmo.  

Dos sete bilhões de habitantes do planeta terra, os judeus de todo o mundo participam com apenas quatorze milhões de pessoas (0,002% da população), número inferior à população da Região Metropolitana de São Paulo. 

Os partidos fascistas tem certeza que os judeus contam com um plano maquiavélico para dominar o mundo.Esta tese se baseia no fato de que um povo que teve nas suas fileiras pessoas suspeitas como Einstein, Freud, Jesus, Marx, Grouxo Marx, Rotschild e Bussunda cujos pensamentos intencionalmente contraditórios tinha o objetivo de confundir para dominar a mente e o capital  das pessoas, o que comprova a existência de um projeto político para conquistar o planeta. Portanto, não se deve subestimá-los, achando que por serem numericamente poucos expressivos não são perigosos. Fala sério.

O anti judaísmo surgiu com mais intensidade a partir de 1095 quando a Igreja Católica decretou que o povo judeu era responsável pela morte de Cristo. A partir daí passaram a sofrer constantes ataques que perdura até o tempo atual, em que pese a Bíblia deixar claro que foram os governantes romanos que mataram Jesus. E, o que é estranho, por que os romanos, que julgaram, condenaram e crucificaram Jesus não são discriminados? Será que é por que posteriormente adotaram a religião católica, e ser anti romano ou, no presente, anti-italiano seria implicitamente ser anticatólico, somado ao fato do Vaticano ficar na Itália.

Depois de centenas de anos, em 1963 o Vaticano absolveu os judeus da culpa da morte de Jesus. No entanto, após passar quase mil anos imputando a sua morte aos judeus, e isto ficar cristalizado na cabeça da população cristã, nenhuma declaração tem a capacidade de diminuir à médio prazo o antissemitismo, pois a semente lançada se espalhou e frutificou de forma nefasta, vide inquisição e holocausto duas entre as dezenas de perseguições sofridas pelos judeus no decorrer dos séculos. Seria mais ou menos o mesmo que um jornal dar uma notícia sensacionalista durante um longo período e depois desmentir o fato através de uma pequena nota veiculada no canto da página seis. Não tem jeito, o estrago está feito. 

Não é sem razão que o antissemitismo é grande nos países de maioria cristã, e praticamente inexistente nas nações de maioria budista ou hinduísta.

A contribuição intelectual dos judeus para a ciência, música, literatura, engenharia, medicina, sistema financeiro, tecnologia, cinema, agricultura, física, irrigação e filosofia se situa num patamar bem acima do percentual da sua participação no total da população mundial, como atestam centenas de prêmios Nobel que os judeus ganharam nos últimos 90 anos, equivalentes a 20% do total, um em cada cinco foi ganho por um judeu. As ações e atitudes da comunidade judaica sinalizam uma postura voltada para a melhoria da qualidade de vida, assim era de se esperar que fossem bem quistos ou que houvesse algum reconhecimento pelo que realiza em prol da civilização, mas isto não acontece, pelo contrário, o sentimento anti judeu é atavicamente grande.

Objetivamente ele não tem razão de ser, pois é impossível um povo com ínfima população nos países em que se faz presente, contar com poder para interferir de forma relevante na sua política econômica e social, mesmo que alguns dos seus integrantes tenham posição de destaque no governo ou na área empresarial. Se acreditar nisso, seria o mesmo se crer que o rabo tem a capacidade de balançar o cachorro.

Entretanto se alguns acham que a tese acima é pertinente, então, por esta mesma lógica, seria o caso de se atribuir a maioria religiosa do Brasil, os cristãos, que ocupa a maior parte dos postos de comando na administração pública e privada, no judiciário e legislativo, pelos graves problemas econômicos e sociais do país, como a péssima distribuição de renda, o alto índice de criminalidade e mortalidade infantil, baixo IDH, deficiência do atendimento da rede publica de saúde, pelos altos juros do sistema bancário, etc...

Só que a religião ou inclinação espiritual das pessoas não tem nada haver com a situação do país, por isso seria absurdo responsabilizar os cristãos pela atual estágio em que se encontra Brasil e mover campanha contra eles. A responsabilidade pelos problemas, conspirações e armações deve sempre recair sobre pessoas, independente do credo, o que conta é o CPF e não a religião, conforme atestam o mensalão e o petrolão. 

Assim mais surreal do que culpar a maioria cristã pelos problemas sociais do Brasil e mover campanha contra ela, é enxergar a minoria judaica que vive em diversos países como agente que atua contra os  interesses do país, embora, na verdade, o antissemita para dar vazão a sua postura violenta e fascista dispense maiores pretextos. 

Por uma questão de entendimento, a organização ou pessoa deveria explicitar se o seu antissemitismo abrange Jesus, que era judeu e, obviamente, semita, o que ocasionaria uma situação inusitada, pela segunda vez na história ele os seus seguidores seriam perseguidos, só que, desta vez, por eles mesmos. Muito complicado, melhor deixar Cristo de fora, caso contrário correm, ainda, o risco de serem acusados de perseguir a igreja e ser anticristão, e isto é crime, além de arrumar uma enorme briga com o Vaticano e, igualmente, poderá ser acometido por problemas existenciais decorrentes de crise de identidade.   
  

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