sábado, 5 de dezembro de 2015

Carta de um Zé Alguém Para a Presidente Dilma

Ninguém unido será, sempre, vencido
Cara Presidente,

Tomo a liberdade de escrever esta carta para a senhora esperando que ela chegue as suas mãos, não sei como, mas num país em que uma pessoa como o Renan preside o Senado, tudo é possível.  

Sei que está cheia de problemas e cercada de inimigos, estando também incluindo neste rol os “amigos”, ou seja, está só. Aproveito para dizer para não confiar no Jacques Wagner, que foi colocado aí pelo seu inimigo oculto, que, como sabe não é o Cunha, este é explícito, e sim o Lula.

Deixa me apresentar: meu nome é José, nasci no Rio de Janeiro durante o Governo Dutra, aquele que fechou o Partido Comunista e os cassinos, vai entender, e torço pelo Flamengo.

Como é do seu conhecimento, no Brasil todo José acaba virando Zé, até aí tudo bem, mas, não sei por que, toda vez que querem designar uma pessoa fracassada, neguinho tasca o complemento “ninguém” depois do Zé - “fulano é Zé ninguém”.

Devo dizer para a senhora que este não é o meu caso, sou um Zé Alguém, não que me ache o rei da cocada preta como se dizia antigamente, e sim devido às razões expostas a seguir:

Sou alguém que sabe que a situação política e econômica do Brasil é bastante grave, e olha que com a minha idade eu já vi tudo, um presidente bi-polar que renunciou, inflação braba na época do Sarney, golpe de estado, impeachment do Collor, diversos planos de estabilização, econômica, troca do nome da moeda então, nem se fala, umas cinco;

Sou alguém que sabe que o índice de inflação medido pelo IGP da Getúlio Vargas entre 1960 e 1995 foi 11,2 quadrilhões por cento(!), se não acredita pede para o presidente do Banco Central dar uma paradinha no aumento da taxa de juros e fazer a conta;

Sou alguém que sabe que o Plano Real, combatido ferozmente pelo PT, estabilizou a inflação em níveis baixos, ajudando o seu "amigo" Lula a governar e depois cantar de galo - “sou o cara”, e querer ensinar para o mundo como se governa;

Sou alguém que sabe que quando um time de futebol apresenta maus resultados por algum tempo o técnico é demitido, se o CEO de uma empresa não atende as expectativas dos acionistas, a empresa tira ele e bota outro no seu lugar;

Sou alguém que sabe que os “acionistas” que a elegeram para gerenciar o Brasil não estão nada satisfeitos com os resultados obtidos pelo seu governo, cujo histórico pode ser resumido através da   seguinte equação: corrupção + inflação alta + juros estratosféricos + déficit fiscal + perda de credibilidade + insegurança + má gestão + redução da atividade econômica = recessão + desemprego;

Sou alguém que acredita que impeachment só deve ocorrer quando há base legal, fora disto é golpe;

Sou alguém que sabe que mesmo que ganhe no Congresso e não seja afastada, o seu governo de fato acabou três meses após assumir, quando seu índice de popularidade atingiu níveis baixíssimos, isto nunca aconteceu antes, seja na monarquia ou república, fortalecendo as diversas espécies de chacais da base aliada que a ajudam a governar;

Sou alguém que acredita que o seu governo não conta mais com cacife politico e credibilidade junto aos mercados e sociedade para tomar as duras medidas que são necessárias para reverter a grave crise econômica e social que o país vive, ou seja, o seu governo acabou de fato; 

Sou alguém que sabe que o seu governo está agonizando, entrou na UTI e dificilmente tem condições de sair dela;

Sou alguém que sabe que se  continuar até o final do mandato irá impor um enorme e desnecessário sacrifício à nação, o povo irá padecer, pois se hoje a senhora é refém do PMDB e dos seus genéricos que povoam o Congresso Nacional, se conseguir se livrar da cassação do mandato irá ficar prisioneira deles e, junto com a senhora, a população;

Sou alguém que viu o filme Tropa de Elite e  uma cena me marcou, que é aquela em que o Capitão Nascimento do BOPE maltrata um soldado e grita para ele “pede pra sair”. Continuando no poder estará, igualmente, flagelando seus patrícios, mesmo que não seja esta a sua intenção, só que a população não pode sair em massa e ir para a Europa ou EUA, a senhora sim;

Sou alguém que sabe que a conjuntura mudou o sujeito do mantra do PT, aquele que diz "é nós contra eles", agora "eles" não é mais a oposição e sim  a maioria esmagadora da população brasileira;

Sou alguém que acredita que a presidente irá se compadecer da situação e da falta de perspectivas do povo e terá um gesto de grandeza: irá renunciar;

Sou alguém que pede que Deus a ilumine;

Sou alguém cujo apelido é Zé.




3 comentários:

  1. Muito boa.... Vou espalhar pelos meus... Parabéns!!!

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  2. Estou de pleno acordo. Só acrescentaria uma sugestão para ela sair de cabeça erguida. Antes de renunciar criar um decreto lei estabelecendo a pena de morte no País por 10 anos para "faxinar" o Brasil a curto prazo. Seriam condenados todos os criminosos autores de crime hediondo, os assassinos presos em flagrante que ocupam os presídios com potenciais chances de liberdade condicional para voltar a cometer crimes. Seriam condenados também os CORRUPTOS com contas ilícitas no exterior ou que tenham comprovadamente desviado dinheiro público que tanta falta faz ao nosso país.
    Imaginem a limpeza que seria feita nesse país em dez anos? Sobraria vagas nos presídios e o governo iria economizar fortunas na manutenção dos mesmos.
    Os principiantes do crime iriam pensar 10 vezes antes de cometer qualquer crime e desistiriam (pelo menos a grande maioria). Estamos numa corrida louca e desvantajosa em relação à quantidade de novos criminosos que surgem diariamente. A impunidade é um câncer na nação brasileira.
    Tenho plena consciência que seria muito difícil conseguir realizar este projeto, mas certamente ela iria sair vitoriosa ou pelo menos tentando realizar um grande benefício para a nação.

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    1. Vicente, a tua revolta e indignação em relação ao quadro atual é a mesma da maioria dos brasileiros, só que não dá para entrar arrombando a porta sem atropelar a legislação do país, mais do que isto, sem se fechar o Congresso, embora quem tá lá não seja grande coisa, o antecedente onde ocorreu isto, no próprio Brasil e exterior, mostra que que a estória nunca acaba bem.

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