Eu sou o autêntico e mais legítimo produto gerado pela corrupção brasileira |
Eu sou resultado da
falta de ética, honestidade e da demagogia dos governos, políticos, judiciário,
intelectuais e elite brasileira;
Eu sou a sujeira incômoda
que todo dia é varrida para debaixo do tapete;
Eu sou o resultado
da educação que não tive;
Eu sou resultado da
tua falta de educação;
Eu sou resultado
dos políticos que, de forma irresponsável, você deu o seu voto e carta branca
para legislar e governar o país;
Eu sou resultado da
tua passividade;
Eu sou resultado do
brasileiro cordial e boa praça;
Eu sou o lixo, não
ocidental, e sim brasileiro, nordestino, carioca suburbano e zona sul, que mora numa lata
de lixo;
Eu sou a visão
incômoda do fracasso da política social do sétimo maior PIB do mundo;
Eu sou o reflexo
dos hospitais e escolas públicas, minha imagem decadente, miserável e abandonada personifica os
serviços que o estado (não) oferece a sociedade;
Eu sou o mais
legítimo produto produzido pela corrupção, quem duvidar, mostro meu certificado
de origem;
Eu sou resultado do
capitalismo selvagem, da corrupção, do patrimonialísmo, do sindicalismo de resultados suspeitos, da demagogia dos políticos e dos
teóricos da pobreza;
Eu sou um apátrida no meu país;
Eu sou rejeitado por todos;
Eu rejeito todos vocês;
Eu sou a mosca que
caiu na sua sopa.
A
foto acima, tirada no dia 20 de julho, resume de forma dramática o significado e impacto da corrupção para
a sociedade, ela transforma os excluídos em lixo humano. O personagem
da foto estava dormindo sob um sol de meio dia na Avenida Presidente Vargas, próximo
a Avenida Passos, com a cabeça dentro de uma caçamba de lixo da Comlurb, ela
foi transformada na sua moradia, os seus pertences, alguns trapos, estavam lá dentro.
Quando acordar a sua preocupação não será como irá arranjar dinheiro
para pagar o IPVA do seu Lamborghini que está atrasado e, sim, como vai
descolar R$1,20 para comprar um pão.
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