terça-feira, 29 de abril de 2014

PPP - Programa de Pacificação de Protestos

Um manifestante usando seus argumentos
para mostrar ao PM que ele é um
pacifista
Os protestos da população, procedentes ou não, atingiram níveis de violência nunca dantes visto no país que, devido à sua irracionalidade, pode ser colocado na conta do aquecimento e da paranoia global. Sem querer ser saudosista, mas na época da ditadura militar o povo ia para a rua sabendo qual era o alvo do protesto e quem devia ser combatido- o regime, e não o dono de um fusquinha ou da banca de jornal, estes tinham seus bens preservados. Hoje tudo que tiver  pela frente será destruído, saqueado ou incendiado, transformando as passeatas num mega arrastão.

De uma maneira geral as manifestações podem surgir de forma espontânea visando, por exemplo, reivindicar melhoria dos serviços públicos e protestar contra a violência do estado, por ordem dos traficantes contrariados porque algum membro da quadrilha foi preso ou morreu enfrentando a polícia ou, ainda, planejados por baderneiros profissionais. Hoje a maioria dos protestos se caracteriza pela violência, que sobe de intensidade quando existe o “dedo” do tráfico ou dos black bloc, atingindo padrão fascista. 

O resultado é que na maioria das vezes em que atos violentos são praticados, o maior prejudicado é a população, seja porque diminuiu a frota de ônibus, que já é precária, o pequeno empresário que vê seu estabelecimento ser destruído e saqueado, carros de pessoas simples que compraram os veículos à custa de muito trabalho são incendiados, trabalhadores ficam impossibilitado de chegar ao emprego e ainda ficam mais tempo em pé no ônibus porque a via foi bloqueada.

Mas uma ideia genial - falta de modéstia é fogo- capaz de resolver o problema e acabar com estes transtornos, sem proibir os baderneiros protestar de forma violenta, “baixou” em mim. A proposta é  se construir uma cidade cenográfica, semelhante em realismo aos cenários feitos no Projac para as novelas, destinada à realização dos protestos dos trogloditas carentes.  Assim teríamos passeatas de níveis 1 e 2, a primeira são aquelas que a população está a fim de defender seus direitos e criticar e expor graves problemas de forma pacífica como acontece nos países que contam com certo grau de civilidade, estas seriam realizadas na rua. Entretanto, quando a intenção é partir para o confronto e destruição- nível 2- elas seriam realizadas numa cidade cenográfica que seria uma espécie Passeatódromo, onde o trogoldita profissional ou de ocasião encontraria tudo que curte destruir e  alimentar a sua alma e desopilar seus recalques. Ela teria fachadas de agências bancárias de com caixas automáticos de madeira, carros e ônibus para incendiar (provenientes de ferro velho) bancas de jornal compradas na sucata, fachada de lojas para depredar, incluindo o comércio que representa o imperialismo americano, como o McDonalds, (ao entrar no Protestódromo cada manifestante receberia uma pequena bandeira americana para queimar) amplas vitrine de vidro que forma posta lá prontas para receber uma pedrada libertadora, postes com latas de lixo para serem queimadas, carros de reportagem para ser destruído, incluído pessoas com a jaqueta da Globo para serem xingadas, etc...Os manifestantes só poderiam entrar no Protestódromo com burka no rosto e quem tivesse postura meio passiva e com pequeno grau de destruição, seria convidado a se retirar.

Como os vândalos vão fechar a rua, haverá carros e ônibus com pessoas “indo” para o trabalho, seriam simulados engarrafamentos e figurantes na direção dos carros fariam cara de medo e indignação.  Profissionais que trabalham como dublês fariam o papel de PMs, batendo e jogando spray de pimenta nos manifestantes e eles de volta jogariam pedras  e  coquetel molotov. Depois de saciado o instinto sádico destruidor, os manifestantes iriam embora, alguns sangrando, mas felizes, a ponto de nem mais lembrar para o que estavam protestando, afinal revolucionário não se liga em detalhes.

Aí vem a pergunta que você deve estar se fazendo: quem vai bancar isto, a construção dos cenários, o pagamento dos figurantes, os ônibus e carros a serem adquiridos no ferro velho, etc...? Simples, o evento seria bancado pelas empresas mais prejudicadas pela ação dos vândalos, que são bancos, supermercados, companhias de ônibus, McDonalds e a prefeitura, que após as manifestações gasta uma nota preta para repor o mobiliário urbano depredado. Neste esquema sai mais barato repor um caixa eletrônico fake do que um verdadeiro, e assim por diante. Como será construída uma cidade cenográfica que irá sediar espetáculos realidade, pode-se pensar na possibilidade do projeto contar com incentivo da Lei Rouanet, afinal se  a Marta Suplicy financia até desfile de moda em Paris, por que não um show verdade no Brasil e que ainda não irá cobrar ingressos. 

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