segunda-feira, 8 de junho de 2015

Alô, Alô Israel, Aquele Abraço

Chacrinha não balança mais a pança,
mas o Tropicalismo continua vivo
Um manifesto que reuniu 10.000 assinaturas foi encaminhado aos cantores Gilberto Gil e Caetano Veloso para que não se apresentem em Israel no final de julho, sob a alegação que tocar neste país “significa endossar políticas e práticas racistas, coloniais e de apartheid-ilegais sob o direito internacional e que na guerra do Hamas contra Israel mais de dois mil palestinas e palestinos foram mortos, incluindo mais 500 crianças”.

Apesar da intensa mobilização nas redes para que cancele sua apresentação ao lado de Caetano Veloso em Tel Aviv, Gil disse que manterá o show e que tocará em Israel.

O posicionamento destas pessoas ou grupos é altamente questionável devido aos seguintes aspectos:
1-   A invasão a Gaza pelo exército de Israel só começou após o Hamas lançar centenas de mísseis contra as cidades e cidadãos israelenses, mas isto não é levado em consideração pelos “formadores de opinião;

2-   Que país aceitaria ficar imóvel e não reagir se o seu território fosse atacado por um país vizinho, mas isto também não é levado em consideração;

3-   Antes de atacar os alvos militares que estavam escamoteados no meio das cidades, mesquitas, escolas, asilos e hospitais, o exército israelense avisava que ia atacar, ligava para a casa das pessoas e jogava panfletos dos aviões informando do ataque. Não se tem notícia que um país tenha avisado para o exército inimigo a data e hora do ataque, jogando pela janela o elemento surpresa.

4-   Por acaso os países árabes e ocidentais avisam para a população das cidades ocupadas pelo Estado Islâmico à data e hora que irão atacar? Certamente não, e os bombardeios já devem ter matado milhares de crianças e mulheres.  Mas isto, obviamente, também é detalhe;

5-   Existem diversas provas que o Hamas forçou a população a ficar nos locais onde esconderam seus armamentos pesados, hospitais, mesquitas, escolas e onde também montaram os seus QGs.

6-   Os líderes do Hamas utilizaram as mortes decorrentes do escudo humano como instrumento de propaganda a favor dos palestinos e para minar a imagem de Israel, colocando os judeus como algoz de crianças e mulheres, o mote era quanto mais mortes de civis melhor para a causa palestina. Se duvidar disto “perca” 43 segundos do seu tempo e assista um vídeo de 2014 onde Fathi Hammad, então membro do conselho legislativo na Faixa de Gaza e atual ministro do interior do Hamas, confirma a estratégia para se usar mulheres, idosos e crianças como escudos-humanos e diz que os árabes-palestinos "desejam a morte assim como" os judeus "desejam a vida". Veja aqui: https://youtu.be/7RZ2xFcnHiw

7-   O povo judeu está no território onde hoje é Israel há pelo menos 4.000 anos. Os portugueses chegaram ao Brasil há 500 anos dizimaram os índios e ocupou o território, o mesmo é válido para os demais países da América Latina, só que o protagonista foi a Espanha e, na mesma época, os ingleses ocuparam os EUA. Parte da Ucrânia é ocupada por tropas russas, centenas de milhares de Curdos foram assassinados pela Turquia, etc....e la nave vá, mas para intelectualidade e  a esquerda sectária os imperialistas são os "judeus sionistas".

 Em contraponto a postura firme e elogiosa de Gilberto Gil de não se dobrar a pressão inconsequente daqueles que desejam que não se apresente em Israel, tem-se as despropositadas declarações dadas por ele na entrevista concedida ao Estadão:

a-     “Uma das coisas que digo sempre é que, para mim [o problema é] o próprio fato da escolha do povo israelense de manter ali seu Estado depois da Segunda Guerra, de não ter aceito uma oferta para fazer o Estado de Israel em outra região para evitar esses problemas de território (…) (parece que desconhece que há 4.000 anos os judeus estão estabelecidos na região, contando com ligação emocional, espiritual e histórica com aquele pequeno pedaço de terra formado por desertos, sem bacia hidrográfica e, ainda por cima, quase não chove).

b-   Há também minha posição contrária à ocupação das terras [por parte de Israel] e à construção do muro [o Muro da Cisjordânia, também conhecido como Cerca da Separação]“, argumentou. (aparentemente ignora o número de mortos e feridos antes e depois de se criar um muro de segurança, ele salvou centenas de vidas).

c-    Que irá tocar “em Israel para um Israel palestino”!! (sem comentários)

As declarações do músico devem ser relativizadas e vistas dentro do contexto da filosofia anárquica do Tropicalismo, que, parece, continua a correr nas suas veias. Tropicalisticamente faria sentido ele não se apresentar mais no Brasil em protesto contra a elevada corrupção e  o número de homicídios e assassinatos de crianças e adolescentes, um dos maiores do planeta, superior a diversos conflitos armados que acontecem no mundo e o Brasil não se encontra, oficialmente, em guerra civil.

Devido ao caráter monotemático do protesto das esquerdas-  os sionistas (e não os alquimistas), estão chegando -  este blog apresenta sugestão de pauta para a realização de novas e pertinentes petições. A primeira sugestão seria se fazer um manifesto contra o tratamento dado as mulheres islâmicas nos países árabes, https://youtu.be/znjAbuDkzdw, mas, se preferirem, pode ser em apoio às mulheres Yazidis que são violentadas pelos sunitas do Estado Islâmico, https://youtu.be/6Hmj5HXbTH0 ou contra o assassinato de gays pelos jihadistas, ou em outra frente, protestar contra a ocupação da Ucrânia pela Rússia e o regime totalitário venezuelano.

Se quiserem uma boa causa no sudeste asiático poderão canalizar suas energias para apoiar os 1,3 milhão muçulmanos da etnia Rohingya que vivem há várias gerações no Myanmar como apátridas e são perseguidos  pelo exército e por budistas extremistas, sendo rejeitados pelos países vizinhos como a Indonésia, Tailândia e Malásia. Outra opção seria fazer abaixo assinados contra as diversas ditaduras e grupos terroristas africanos que roubam e oprimem a população miserável, assassinado crianças, mulheres e idosos. 

Deve existir pelo menos umas 50 boas causas humanitárias para se fazer campanhas na internet ou nas ruas, mas os (de)formadores de opinião vivem numa bolha anti sionista e sob este manto ficam a vontade para destilar, sem culpa, o seu antissemitismo.



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