Baixo IDH + má distribuição de renda + + corrupção = imagem da foto |
Brasileiro frente aos problemas do país é semelhante ao manequim: tá nem aí |
Estava
andando na rua quando vi em frente ao Campo de Santana um adolescente jogado no
meio da calçada, retratado na foto aí ao lado, totalmente chapado. Eram 13.00h o
sol batia no seu corpo e a temperatura era muito elevada, devia estar com fome
e drogado, a imagem era forte, mesmo para quem está acostumado a ver pessoas
dormindo na rua, cena normal no Rio de Janeiro.
Continuei
a caminhada impactado pela imagem e mais adiante vi uma loja com dezenas de
manequins expostos à venda, pareciam seres meio robóticos saídos de um filme de
ficção científica. Como todo bom manequim estavam imóveis, “vendo” a vida
passar na sua frente, se acontecesse um tsunami,´ficariam indiferentes, não esboçariam nenhuma reação. Não
sei por que, mas fotografei os manequins.
Quando
cheguei em casa, ainda impactado pela cena vista horas antes, um
pensamento me veio à mente, aquelas duas imagens, o adolescente largado e os
manequins expostos na loja, representam a atual realidade do país, de um lado a
injustiça social e a população marginalizada, do outro a imobilidade do
brasileiro de desenvolver ações objetivas para pressionar as
autoridades governamentais e parlamentares para atuar de forma ética e honesta em
prol dos interesses da coletividade. Um manequim "agiria" de forma semelhante.
O
adolescente prostrado na sarjeta sem esperança e perspectiva é o epílogo
trágico e análogo de milhares histórias que se repetem diariamente em todos os
municípios do país, que em comum apresentam o mesmo pano de fundo: a corrupção. Considerando o superfaturamento e propinas pagas pelas empreiteiras nas obras e serviços públicos prestados para os governos federal, estaduais e municipais, estima-se que R$250 bilhões são desviados anualmente dos cofres públicos.
Para para que este panorama tenha, á médio prazo, chances de mudar, é fundamental
que o governante se sinta pressionado e fiscalizado pela sociedade. Para obrigá-lo a fazer uma gestão minimamente aceitável ele tem que sentir que a margem para
armar esquemas é reduzida, que poderão ser descobertos, mesmo que não tenham
vocação, será obrigados a ser, compulsoriamente, honesto.Talvez, quem sabe, acabem se tornando no futuro compulsivamente honestos, não devemos perder a esperança.
O ativismo da sociedade, acima sugerido, raramente acontece, pois a preocupação do cidadão é com as coisas do dia a dia que lhe dizem respeito, ele passa o ano inteiro se lixando
com o que governante faz com os recursos públicos, não percebendo que a sua origem é privada, saiu do seu bolso, é dele, o governo apenas o administra, ele deveria se preocupar com o que o governante está fazendo ou deixando de fazer com o seu dinheiro, mas isto não acontece. De repente, não se sabe como nem por que, saí da letargia e entra num estado eufórico com ímpetos de
querer mudar tudo de uma só vez e vai para as ruas para protestar. Estas duas situações extremas sugerem que a cidadania política do brasileiro é bipolar
Infelizmente muitos destes protestos acabam se transformado em atos de vandalismos praticados por pessoas que não tem nenhum compromisso com as causas sociais, como os cafetões de ideologia que estão entronizados nos partidos e movimentos radicais, vândalos, anarquistas e bandidos que se aproveitam do agito para roubar e saquear.
Infelizmente muitos destes protestos acabam se transformado em atos de vandalismos praticados por pessoas que não tem nenhum compromisso com as causas sociais, como os cafetões de ideologia que estão entronizados nos partidos e movimentos radicais, vândalos, anarquistas e bandidos que se aproveitam do agito para roubar e saquear.
Diante
da violência e da inconsistência e multiplicidade das causas reivindicadas, o
cidadão que foi para as ruas para protestar pacificamente perde o tesão e
desiste. No fundo os movimentos radicais ao apelar para a
violência e propostas exóticas- “nacionalizar todas as empresas
multinacionais” faz o jogo dos políticos, governantes e empresários
canalhas, que sabe qual será o resultado da equação que tem as seguintes variáveis:
propostas exóticas + vandalismo + multiplicidades de reivindicação = não vai
dar em nada.
Como mudar isto? Uma alternativa seria proceder com se age na área criminal das polícias mais modernas, que é utilizar menos a força e mais inteligência para reduzir a criminalidade. No campo da gestão administrativa das cidades/estados/país a sociedade deve fiscalizar o governante utilizando a inteligência, leis e tecnologia, sendo importante o governante saber que a sua gestão e seus procedimentos administrativos estão sendo monitorados, se ele se sentir acuado é por que o processo utilizado está no caminho certo. Sem desconsiderar a importância de se realizar
protestos de rua pacíficos e objetivos, a sociedade deve mostrar ao governante que ela está está
atenta e fiscalizando a sua administração.
Um bom exemplo do que estamos falando foi realizado no município
de Ribeirão Bonito em São Paulo, quando um grupo de profissionais criou uma
organização não governamental denominada Amigos Associados de Ribeirão Bonito
(AMARRIBO), movimento voltado para o monitoramento, cobrança e a contestação
de atos das autoridades municipais. Como resultado da fiscalização
exercida pela Associação, o prefeito acabou renunciando para não ser
cassado e hoje responde a diversos processos judiciais.
No
curso do processo, os gestores da ONG acumularam conhecimentos a respeito dos
mecanismos empregados em fraudes municipais e dos instrumentos que se podem
empregar para combatê-las. Este modelo de fiscalização da gestão municipal pode
ser visto através do link abaixo:
http://www.transparencia.org.br/docs/Cartilha.html
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