Fanatismo mata |
O mundo está chocado com o 11 de
Setembro francês. Terroristas muçulmanos radicais, sempre eles, assassinaram a
sangue frio dois policiais e dez jornalistas do semanário Charlie Hebdo que foram mortos porque ousaram utilizar a imagem de Maomé para criticar de forma bem humorada práticas medievais praticadas por grupos radicias, o que é considerado
crime pelos fundamentalistas e a pena para este tipo de "delito" é a morte. O
atentado se soma a dezenas de outros cometidos nos últimos anos. por
organizações radicais islâmicas.
Um dos motivos para despertar o
tsunami de ódio dos fundamentalistas é eles acharem que o Profeta foi insultado, e
isto significa qualquer comentário, por mais inocente que seja. Se as pessoas
ou grupos que ironizam as diversas passagens e personagens do novo e o velho
testamento, muitas vezes de forma ácida, como Jesus, Moisés, Abraão, Rabinos e o Papa, destilassem também ironia,
mesmo que sutil, ao Alcorão, possivelmente os integrantes do grupo Monthy Pyton
e Portas dos Fundos, para ficar nestes, já teriam sidos dizimados pelos
fundamentalistas em nome do Profeta, ele conta com uma blindagem que rechaça a
liberdade de expressão e condena "os infiéis" com pena de morte, como bem sabe o escritor Salman
Rushdie que passou dez anos escondido na Inglaterra porque o líder religioso supremo do Irã, o Aiatolá Khomeini, ordenou a
sua execução por ter escrito em 1989 o livro Versos Satânicos que
criticava o Islã por perseguir praticantes de outras religiões, como a cristã e hindu,
o que é verdade, mas foi considerado ofensivo ao profeta Maomé. Ele foi acusado de apostasia - fomentar o abandono da fé islâmica - e, por
isso, Khomeini ordenou a todos os "muçulmanos zelosos" do mundo que
eles tinham o dever de tentar assassinar o escritor, o que o obrigou a viver
dez anos no anonimato na Inglaterra. Ressalta-se que o escritor não foi condenado a morte por um grupo de fanáticos radicias e sim pelo líder supremo do islamismo do Irã que, na época, era um dos maiores do mundo islâmico.
Vinte cinco anos
depois a menina Malala que vivia no Paquistão levou um tiro na cabeça disparado
por fundamentalistas islâmicos, acusada de desobedecer o Alcorão,
pois insistia em ir à escola e estudar. Malala sobreviveu, mora na Inglaterra e
ganhou em 2014 o Prêmio Nobel da Paz.
O mantra, carregado de ódio, “Morte
aos Infiéis", dito pelos radicais islâmicos se contrapõe a frase de fé “Deus
é Fiel” verbalizada com frequência pelos evangélicos. O Deus da frase
evangélica obviamente é
Jesus e não Alá, mas aqueles que acreditam Cristo são infiéis aos olhos de muçulmanos
fundamentalistas.
As três palavras da expressão "Morte
aos Infiéis" sintetiza o fanatismo e intolerância dos radicais, sendo
infiel todos que não rezam pela cartilha do Islã, ou seja, cristãos, budistas,
judeus, hindus, ateus, mulheres que estudam, mulheres que cantam, mulheres que
dançam, mulheres que trabalham, mulheres usam roupa que não as envelope, só deixando
de fora os olhos, mulheres que querem ir ao cinema, os homossexuais, pessoas
que não querem adotar o islã como religião e, cúmulo do fanatismo, também
muçulmanos cuja leitura do Islã seja diferente da professada pelo grupo
fundamentalista. Como exemplo cita-se o Estado Islâmico, grupo sunita radical,
que não tolera e assassinam sunitas que tenha uma leitura do Islã diferente da
deles.
Existe uma miríade de grupos radicais
muçulmanos que atua na área da intolerância praticando assassinatos em nome de
Alá, como o Al Qaeda, Boko Haram, Jihad Islâmico, Estado Islâmico, Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, Al Qaida no Magreb Islâmico, Harakat ul-Mujahidin, Grupo Islâmico Armado, são dezenas. A
proposta básica dos radicais é transformar o mundo num grande Califado, a
sharia seria a constituição e os clérigos religiosos, os juízes. Liberdade
de expressão? Esquece, no dicionário e na fé dos fundamentalistas isto não existe, tendo sido esta a causa que condenou os chargistas do Claudie Hebdo a pena de morte, acusados
de praticar blasfêmia contra o profeta.
Evidentemente que a ação terrorista
perpetuada por estas organizações não representa o pensamento da maioria do
povo muçulmano, embora existam
várias passagens no Alcorão que justificam o uso da força, como as instruções
de Alá para lidar com os politeístas, diz que primeiro deve-se tentar
convertê-los, caso eles não aceitem a proposta, podem manter sua fé, desde que
paguem tributos, se os infiéis, ainda assim, não toparem, acabou-se a
diplomacia: “Matai os idólatras, onde quer que os achei; capturai-os,
acossai-os e espreitai-os”. Daí
para se ampliar a interpretação do texto e se acreditar que todos que professam
outra religião, em qualquer país, são hereges e tem que morrer, é um pulo.
Fica a pergunta: porque o texto dos
livros sagrados da maioria das religiões, que igualmente contém passagens belicistas,
não dá margem à interpretação e a postura de seus seguidores de que os
praticantes de outras religiões devem morrer? Não sei responder.
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