terça-feira, 3 de março de 2015

Licença Para Matar

Eu sou Putin, muito Putin
My name is Bond, James Bond
Os personagens desta página, James Bond e Putin, guardam certas similaridades: além de se parecerem fisicamente, a carreira profissional dos dois tem a mesma origem, o serviço secreto, Bond "trabalhou", ou melhor, "trabalha" no M15 inglês e Putin é cria da KGB.

Mas existem diferenças, enquanto um tem licença para matar na ficção, autorizado pela rainha da Inglaterra e Ian Fleming, autor do folhetim, o outro pode matar na real, não precisa de autorização de ninguém, só da dele, além de que nas histórias do agente inglês só morre “bandidos” que tramam contra a humanidade, enquanto as ações de Putin são contra pessoas que ousaram se opor a ele, e isto faz com que seja visto pelo público ocidental como o bandido da história, uma espécie de clone do Dr. No, o satânico. 

É extensa a lista de desafetos que o russo é acusado de ter mandado desta para melhor ou, quando a pessoa tem sorte, vai presa e irá ficar mofando algum tempo para amansar. Existem fortes suspeitas da presença de digitais dele no assassinato de Boris Nemtsov,  que era deputado por um partido liberal e adversário político do Czar, morto em Moscou com quatro tiros nas costas quando caminhava com a namorada em uma ponte perto do Kremlin. 
O ex agente da KGB Alexander Litvinenko, que se tornou inimigo de Putin morreu em Londres após beber chá envenenado com polônio 210, em companhia de dois outros russos. Sua família entrou com um processo no Tribunal Europeu de direitos humanos acusando o governo russo de cumplicidade no assassinato e de não fazer uma investigação apropriada. 

A jornalista Marina Salye escreveu um artigo, “Putin é o presidente de uma oligarquia corrupta”. Resultado: ameaçada, pensou melhor juntou seus trapos e se mudou para uma aldeia a doze horas de Moscou. Outros críticos, como Sergei Yushenkov, foram assassinados. 

O ex-prefeito de São Petersburgo Anatoly Sobchak, ex-protetor de Putin, foi envenenado e morreu. Motivo: falava e sabia demais sobre o oligarca. Durante a guerra da Chechena o mundo assistiu ao bárbaro massacre de um povo. A jornalista que de forma mais corajosa e sistemática o denunciou, Anna Politkovskaia, foi assassinada pelo regime. Já foram assassinados treze jornalistas russos desde que o ditador se entronizou no poder, embora a KGB insista em afirmar que as mortes se deveu ao surto de dengue que assola o país. Definitivamente na Rússia a ficção perde para a realidade.  

                                                                                                 Igor Yanovich Kasparov- correspondente do blog na Chechena                                  

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