sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

BRASIL UM PAÍS SURREAL

CUSTO DOS ESTÁDIOS: COMEÇOU COM R$ 3,8 BI,
 PASSOU PARA R$5,4BI E ESTÁ EM R$8BI
Existe certa de satisfação - eleitoral -por parte dos governantes quando falam dos benefícios da Copa do Mundo, ou como gostam de falar, o legado que será deixado nas cidades que se situam na rota da Jules Rimet que, para quem não sabe, é o nome da taça da Copa.  

Distribuídas em obras diversas, a maioria de mobilidade urbana, foram previstos gastos de R$22bilhões, alem de R$8 bilhões na construção ou reforma dos estádios, perfazendo R$30 bilhões.

Constatação Surreal 1- Foi preciso o país sediar uma Copa do Mundo e Olimpíada para os governantes fazer o que tem que ser realizado há décadas, independente de Copa, considerando apenas os interesses e necessidades de uma classe pela qual não nutrem muita simpatia, porque só faz reclamar e atrapalhar: o povo.

Constatação Surreal 2- Para investir R$22 bilhões em obras de infraestrutura, vão torrar adicionalmente R$8 bilhões, 37% a mais, em inúteis e dispensáveis estádios, como Manaus, Natal e Cuiabá, sem falar do estádio Itaquerão do Corinthians em SP, cidade que já conta com  o Pacaembu e Morumbi. Alias no Itaquerão além dos R$900 milhões tem que ser computado mais alguns milhões em incentivos fiscais doados pelo contribuinte paulista, incluindo os componentes da torcida Mancha Verde do Palmeiras. E o que dizer do Rio de Janeiro.O velho Maraca, que atendia razoavelmente bem as necessidades, com uma meia sola nos banheiros e melhoria da das acomodações ficaria no ponto para os torcedores, mas certamente, não atenderia o padrão FIFA. Por conta da Copa ele foi abaixo, só ficando a casca.  Quem vai pagar o empréstimo feito ao BNDES? Os empreiteiros que assumiram o estádio? O governo? Não, será o contribuinte fluminense (e flamengo, vasco, botafogo, bangu e também a turma dos sem time).

Constatação Surreal 3- Os governantes alardeiam que os altos investimentos que estão sendo realizados na construção de novos hotéis são decorrentes das Olimpíadas e Copa.Alguém em sã consciência acredita que um empresário irá investir R$40 milhões num hotel apenas por causa de dois meses de alto faturamento, um na Copa 2014 e outro na Olimpíada 2016? 

Constatação Surreal 4- Os governantes para obter verbas para fazer obras públicas conseguiram, via lobby político, emplacar a capital do estado dentre as doze cidades que irão sediar a copa. Assim cidades como Natal, Manaus e Cuiabá irão fazer algumas obras públicas pagando pedágio equivalente ao custo da construção de estádios caríssimos que ficaram ociosos após a Copa. Este pessoal merece o Prêmio Nobel de Economia e eleitos homens de visão do ano (ou década) pela Associação dos Empreiteiros.

Constatação Surreal 5-Já imaginou se os R$8 bilhões dos estádios fossem investidos em qualificação profissional e no apoio aos pequenos negócios Brasil afora? Para dormir tranquilo, é melhor não pensar.

Constatação Surreal 6- Pereira Passos e Carlos Lacerda não precisaram de nenhum evento esportivo para realizar as grandes intervenções urbanas no Rio de Janeiro, a motivação era fazer o que tinha que ser feito, só isso, e, aqui entre nós, deixaram um legadão.

Constatação Surreal 7 “A Copa vai projetar o Brasil no exterior”. Nisto eu concordo plenamente, a Copa está projetando no exterior toda a nossa incompetência gerencial, corrupção, violência urbana e problemas sociais.

Constatação Surreal 8- Esta é derivada da anterior “A Copa vai trazer turistas para o Brasil”. Reduzir a violência urbana, a poluição das praias e problemas sociais e, de quebra, melhorar os aeroportos, é o melhor marketing que se pode fazer para se atrair mais turistas, bem mais eficiente do que se fazer a Copa do Mundo.

Constatação Surreal 9- Esta é a mais melancólica. Quando começar a Copa, nada do que foi escrito acima será considerado importante ou lembrado pelo povão, ainda mais se o Brasil ganhar o campeonato.

Quanto a mim estou pensando seriamente em imigrar para a Macondo de Garcia Marques, cidade onde ocorrem coisas absurdas, mas nada comparado ao que está acontecendo na Terra de Vera Cruz.

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