Confesso
que sinto uma ponta de inveja do companheiro Delúbio Soares, ex-tesoureiro do
PT. Ele conseguiu em nove dias levantar R$1 milhão em doação para pagar a multa
de R$467 mil imposta pelo Supremo, tendo ainda que pagar cana de oito anos e onze meses por formação de quadrilha e
corrupção ativa no mensalão. Acredito que se o PT solicitar voluntários propondo para
ficar um dia preso no lugar do companheiro, inaugurando a modalidade
terceirização da pena de prisão, iria aparecer milhares de voluntários,
inclusive empreiteiros e empresários que prestam serviço para o governo ou
dependem da sua canetada. É bom ficar de olho, pois, não duvido nada, daqui a
pouco vai aparecer um projeto de lei neste sentido.
No
curriculum vitae do ilustre companheiro consta ainda que recebeu no período
de setembro de 1994 a janeiro de 1998 e de fevereiro de 2001 a janeiro de 2005
salários relativos ao cargo de professor da rede de ensino de Goiás sem exercer
a profissão porque estava morando em São Paulo a 2.500 km da escola que dava
aula trabalhando como tesoureiro do PT. Ele alegou que não foi trabalhar devido
aos monumentais engarrafamentos de São Paulo e ficou difícil ir de manhã para
dar aula e voltar no final do dia, se constituindo em mais uma vítima dos
efeitos da imobilidade urbana que assola a capital paulista. Faz sentido.
Por este crime, involuntário, que ele insiste que só
ocorreu porque a prefeitura paulistana não resolve o problema de trânsito da
capital, o Tribunal de Justiça de Goiás condenou-o a pagar R$ 164 mil, além da
perda dos direitos políticos por oito anos. Como estamos no
Brasil, posteriormente o Tribunal decidiu pela
extinção do processo de peculato e abandono de cargo. Parece que aceitaram a
tese do engarrafamento paulistano, no que fizeram muito bem.
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