segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

PMDB do B- TEMPO É DINHEIRO


Antigamente quando havia um mínimo de comprometimento político ideológico, as coligações partidárias eram feitas com base nas afinidades políticas dos partidos, os de direita de um lado, os de esquerda do outro e os de centro atuavam como ioiô.  Isto não quer dizer que por conveniência eleitoreira ou vantagens oferecidas pelo partido que estava no governo aos partidos minoritários não ocorriam coligações exóticas, tipo cruzamento de jabuti com coelho. Mas havia, de uma maneira geral, um mínimo de coerência política ou, sei lá, se procurava manter as aparências, havia algum pudor e os políticos ainda ruborizavam.

Hoje as coisas mudaram e não é por causa das coligações que um governante é obrigado a fazer para ter maioria na casa legislativa e, assim, ter condições de governar, o que, forçando a barra, até dá para engolir. Mas não é disso que estou falando e sim que atualmente os partidos não escondem que ideologia é coisa para alemão ou japonês, povos estranhos. Agora as coligações partidárias são feitas de olho no minuto que o partido nanico pode utilizar na televisão no horário gratuito  e que, coligação sacramentada, será colocado à disposição do partido majoritário.

Assim, imagino que deve existir uma tabela para cooptar o tempo dos partidos e não o seu programa, este não interessa, mais ou menos assim:  tempo disponível - 1 minuto – presidência de estatal do segundo grupo; 2 minutos- presidência e duas diretorias, 3 minutos- presidência de duais estatais uma do segundo e outra do primeiro; 4 minutos- um Ministério e duas empresas estatais, uma do primeiro e outra do segundo grupo, 5 minutos- todo pacote anterior e mais uma diretoria do Banco do Brasil.

Estamos presenciando uma nova era na área das coligações políticas, que se caracteriza pelo seu exotismo heterodoxo, promovendo a cruza de jabuti com relógio, conhecida como coligação travesti, parece uma coisa, mas é outra. O consolo ( nada haver com travesti) é que os políticos não podem ser acusados de atuar de forma dissimulada, pelo contrário, são transparentes, não escondem suas reais intenções, fazem tudo a luz do dia, são autênticos, rasgaram fantasia e perderam o pudor. 

O poeta Geraldo Vandré que compôs o verso "quem sabe faz a hora" que embalou a juventude contestadora na década de 70 na luta contra a ditadura, nem desconfiava que este verso iria, quarenta anos depois, nortear a ação dos partidos fisiológicos na atualidade que, de minuto em minuto, almejam chegar a sessenta para ocupar toda hora político partidária. 



Nenhum comentário:

Postar um comentário